terça-feira, 5 de novembro de 2013

Território Etnoeducacional Pykakwatynhre realiza reunião da Comissão Gestora

Reunião da Comissão Gestora - Foto: Robinson Silva
Nos dias 30 e 31 de outubro o TEE Pykakwatynhre realizou a segunda reunião de sua Comissão Gestora, desta vez no município de Ourilândia do Norte - PA. A última reunião ocorreu no mês de novembro de 2011 no município de São Félix do Xingu.
Estiveram presentes membros indígenas de diversas aldeias que compõem a Comissão, bem como representantes do MEC, FUNAI, UFPA e Observatório de Educação Escolar Indígena, Secretaria Estadual de Educação, Secretarias de Educação dos municípios de Cumaru do Norte, Guarantã do Norte - MT, Ourilândia do Norte, Pau D'Arco e São Félix do Xingu, além de instituições convidadas como o CIMI e o DSEI Kayapó.
Durante os dois dias de reunião foi resgatado o histórico do TEE, discutidos diversos pontos e demandas das comunidades indígenas e municípios, bem como foi elaborado o Plano de Ação do Território nas perspectivas de curto, médio e longo prazo.

Josilene Brandão, Coordenadora de Processos Educativos da CGPC/FUNAI - Foto: Robinson Silva

A previsão é que seja realizada uma nova reunião da Comissão no ano de 2014, desta vez já para avaliar as ações do Plano que foram cumpridas. 
A reunião sem dúvida é um momento ímpar de discussões e reflexões acerca da educação escolar indígena, onde cada participante tem muito a contribuir com as diferentes experiências, seja de professor, liderança ou gestor.
A política dos Territórios Etnoeducacionais foi instituída pelo Decreto nº 6.861/2009, a partir do qual " a educação escolar indígena será organizada com a participação dos povos indígenas, observada a sua territorialidade e respeitando suas necessidades e especificidades" (Art. 1º, do decreto). 

Grupos de trabalho para elaboração do Plano de Ação - Foto: Robinson Silva

Os TEE's propõem uma nova forma de gestão da educação escolar indígena, que não será mais pensada e executada de forma individualizada por estados, municípios ou escolas, mas sim articulada em conjunto com diversos parceiros, sempre respeitando a territorialidade, as especificidades e a opinião dos povos indígenas interessados.
O Território Etnoeducacional Pykakwatynhre foi pactuado no ano de 2010 e contempla as escolas das terras indígenas Badjunkore, Baú, Kayapó, Las Casas, Mekrangnotire e Xikrin (Cateté, Djudjkô e ô'odja), num total de 21 representantes indígenas.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

I Reunião Anual de Avaliação e Planejamento Participativo PBA KAYAPÓ

Entre os dias 16 e 18 deste mês cerca de 60 lideranças de mais de vinte e cinco aldeias Mebengokré estiveram reunidas na Casa Familiar Rural de Tucumã para discutir e planejar as ações a serem desenvolvidas pelo PBA Kayapó no ano de 2014. 

O Plano Básico Ambiental Kayapó é requisito fundamental para a instalação e funcionamento do empreendimento minerador de Onça Puma, da empresa VALE, localizado operacionalmente no município de Ourilândia do Norte. 

Assembleia discutindo as ações do PBA para 2014

 O documento foi discutido e construído ao longo de oito anos, com sua aprovação final pela FUNAI neste ano de 2013. Imediatamente após a aprovação, a VALE agendou esta primeira reunião para planejar as ações que devem ser desenvolvidas com os recursos do Plano.

De acordo com os cinco programas que compõem o PBA Kayapó, em 2014 serão desenvolvidas as seguintes atividades: 

FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO - oficina de diagnóstico de ameaças à TI Kayapó; EDUCAÇÃO - início do módulo de formação de professores, com uma turma de 50 alunos;
CULTURA - implantação de uma loja para comercialização de artefatos da cultura material Mebengokré na cidade de Tucumã;
INICIATIVAS COMUNITÁRIAS - implantação de 12 projetos comunitários em 12 aldeias;
OBRAS - construção da Casa de Apoio de Ourilândia do Norte (em 2015);

Participação das lideranças durante a reunião


Os projetos e ações serão executados pela Associação Floresta Protegida e foi instituído um Comitê de Acompanhamento que, trimestralmente, acompanhará o andamento e fiscalizará as atividades executadas. Este Comitê é composto por cinco representantes indígenas, um representante da empresa VALE, um membro da Associação Floresta Protegida e um representante da FUNAI - CR Kayapó Sul do Pará.

O PBA Kayapó tem duração inicial de 10 anos e contempla a mitigação de impactos indiretos às comunidades Mebengokré. São contempladas no PBA atualmente 24 comunidades, sendo 23 da TI Kayapó e 01 da TI Mekrangnotire. A expectativa e demanda das comunidades é que haja a inclusão de 08 novas aldeias.

Membros do Comitê de Acompanhamento


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Fundação Curro Velho visita aldeia Kikretum

Reunião com a comunidade para apresentação e diálogo sobre as novidades
Representantes da Fundação Curro Velho, de Belém, visitaram no último dia 28/09 a aldeia Kiketum, localizada no município de São Félix do Xingu, terra indígena Kayapó.
A visita é resultado de articulação dos próprios indígenas da aldeia, que estiveram em Belém no mês de julho deste ano, visitaram a Fundação e fizeram o convite para que a Instituição pudesse conhecer sua comunidade e possibilitar acesso às atividades educativas e culturais aos indígenas.
Visitaram a comunidade o Diretor de Extensão Walter Figueiredo e o Especialista em Estudos Culturais Ednaldo Britto, que também compõe a Diretoria de Extensão.

Walter Figueiredo, Diretor de Extensão, fala sobre a Fundação à comunidade

A Fundação levou à comunidade o convite para que, inicialmente, dois jovens possam visitar a Instituição e conhecer o trabalho realizado, com foco nas atividades que se relacionem com sua cultura, em especial as técnicas de audiovisual, de grande interesse dos Mebengokré/Kayapó. Os jovens participarão de oficinas diversas e conhecerão as diversas técnicas artísticas trabalhadas na Fundação, bem como a ideia é que eles também possam apresentar sua cultura e conhecimentos tradicionais, numa troca de saberes entre índios e não índios.  A previsão de realização do intercâmbio é para o mês de novembro deste ano.
Além do intercâmbio, a Fundação cedeu um espaço em suas lojas para possibilitar a comercialização de peças da cultura material Mebengokré/Kayapó, bem como pretende realizar uma exposição da cultura da etnia no primeiro semestre do próximo ano, sinalizando ainda outras possibilidades de apoio e valorização da cultura, que serão articuladas com o decorrer do tempo.

Ednaldo Britto, apresentando as perspectivas de apoio à comunidade
A CR Kayapó Sul do Pará acompanhou a visita e se disponibilizou a apoiar todas as ações, considerando ser de grande importância a presença da Fundação e das ações por ela desenvolvidas para o povo Mebengokré, que tem muito a encantar com a beleza e a riqueza de sua cultura.
A comunidade ficou muito feliz com a visita e com as perspectivas futuras de parceria para suas atividades culturais. A ida dos jovens significa novos saberes que poderão ser utilizados para fortalecer e valorizar a cultura Mebengokré, bem como a exposição dará maior visibilidade à etnia. A geração de renda proveniente da comercialização de artefatos também contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das famílias beneficiadas.
A presença da Fundação junto aos Mebengokré sem dúvida será um marco e possibilitará novas ações de parceria não só para a aldeia Kikretum, mas para outras comunidades que também desejam assimilar novos saberes e mostrar a força de sua identidade e cultura.

Nire agradecendo a presença dos visitantes e demonstrando grande satisfação com as novidades trazidas


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Educação: execução de projetos da CR

Desde o mês de maio, o setor de Educação e Cultura da CR vem executando os dois principais projetos do exercício 2012.
O primeiro - Unidades Educativas de Produção Sustentável - corresponde à montagem de hortas nas escolas indígenas para que as mesmas possam ser utilizadas como elemento pedagógico no processo de ensino e também como fonte de hortaliças e verduras, para complementar a merenda escolar ofertada.

Montagem da horta em forma de mandala - aldeia Kubenkokre

Além da montagem, fornecimento de equipamentos e indicações de manejo e cultivo, os professores receberam orientações metodológicas sobre as diversas possibilidades de uso da horta em sala de aula, como forma de incentivar o cuidado e a manutenção do projeto a médio e longo prazo, visto que a intenção é ampliar o espaço com a inserção de novos alimentos no próximo ano.
O projeto recebeu o apoio da Coordenação Geral de Promoção à Cidadania da FUNAI e foi executado em parceria com o setor de Etnodesenvolvimento da CR, que contribuiu com a experiência profissional dos colegas agrônomos.
As aldeias contempladas pelo projeto são Kikretum, Kriny, Kubenkokre e Gorotire, onde ainda será implantado.

Início da produção da horta - aldeia Kriny

O segundo projeto - Contando Histórias - visa possibilitar a inserção da cultura Mebengokré na sala de aula com o uso de  uma metodologia própria que contempla atividades de pesquisa, produção escrita e representação, utilizando diversas expressões artísticas do tema trabalhado, que sempre faz parte da cultura da etnia. Prioritariamente executado por professores indígenas, o projeto pretende incentivar a valorização e uso dos saberes e práticas socioculturais Mebengokré a partir da sala de aula, motivando os alunos por meio de variadas expressões artísticas a valorizar e fortalecer sua cultura.

Oficina de orientação - aldeia Kubenkrankenh

Para contribuir na apresentação da metodologia e condução do projeto, houve a participação do professor Ms. Claudio Emídio Silva, que possui grande experiência em educação indígena a partir de seu trabalho com diversas etnias paraenses. Claudio orientou diretamente os professores das escolas indígenas sobre como desenvolver as propostas do projeto, bem como partilhou sua experiência e sanou inúmeras dúvidas sobre as especificidades da sala de aula indígena. Sem dúvida foram momentos de grande aprendizado.
No projeto estão previstas a disponibilização de materiais didáticos diversos e o registro de toda a produção escrita e visual dos alunos, pois a intenção futura é transformar esta produção em um material impresso. O Contando Histórias foi implantado nas aldeias Aukre, Kubenkokre e Kubenkrankenh, faltando ainda a execução na aldeia Gorotire.

Orientação prática com turma de alfabetização - aldeia Aukre

O desafio dos dois projetos é o acompanhamento e a motivação para se garantir os resultados desejados. As dificuldades de acesso e estruturais das escolas indígenas dificultam bastante esta etapa, mas o interesse dos professores sem dúvida complementa todas as dificuldades.
O planejamento do setor de Educação e Cultura para 2013 contempla, além destes, outros projetos voltados à linha de educação para sustentabilidade, foco da FUNAI na área educativa. Em breve haverá novas ações sendo desenvolvidas.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dia do Índio: muitos dias para comemorar!


O Dia do Índio é uma das datas mais importantes para os Mebengokré/Kayapó, por isso a data é comemorada todos os anos, cada vez com mais festa e alegria.

A aldeia Turedjam realizou pelo segundo ano a Festa do Dia do Índio, que ocorreu de 18 a 21 desto mês. A comunidade recebeu os parentes de outras 10 aldeias, reunindo mais de 300 visitantes, totalizando aproximadamente 700 pessoas.




Nos quatro dias de festa a programação foi rica e diversificada. A abertura ocorreu no dia 18 durante a noite e recebeu dezenas de convidados Kuben, os não indígenas que fizeram questão de prestigiar a festa. Dentre os visitantes estava o Prefeito de Ourilândia do Norte, senhor Maguila, acompanhado pela presença da ilustre deputada estadual Bernadete Ten caten, além da vice-prefeita e dos secretários de diversas pastas. Também prestigiaram a abertura o Coordenador do Polo de Saúde Indígena do município, senhor Raimundo Vicente Filho e o representante da Associação Floresta Protegida, Eduardo Carvalho.




A grande atração da noite foi o show do cantor indígena Bepdjyre Kayapó, vindo diretamente da aldeia Kabaú, município de Novo Progresso. Bepdjyre é uma unanimidade em todas as comunidades e seu show foi aguardado com grande expectativa por todos os presentes. Encerrando a noite se apresentou também o cantor indígena Mokuká Kayapó, da aldeia Moikarakô.

Nos demais dias ocorreram disputas esportivas de diversas modalidades, além de danças e cantos tradicionais. Atividades paralelas realizadas com escolas do município de Ourilândia também reforçaram a importância da data, especialmente para dirimir preconceitos e promover a valorização da cultua indígena na região.
No sábado foi realizada uma oficina de pintura tradicional, com escolha da pintura mais apreciada por caciques e convidados, além da escolha da miss da festa e mais uma noite de shows com os cantores convidados.

O município de São Félix do Xingu também realizou sua tradicional Semana dos Povos Indígenas, reunindo as nove aldeias de seu território. A cidade de Redenção também realizou, pelo primeiro ano, uma programação especial para lembrar e fortalecer a data. Além destas festas maiores, as comemorações também ocorrem nas aldeias menores e mais isoladas, afinal a data é querida e lembrada por todos.


As festas são momentos únicos de confraternização e união, além do fortalecimento das práticas culturais envolvidas e valorização da identidade indígena. 

Por entender a importância desses momentos para as comunidades Mebengokré, a CR Kayapó Sul do Pará atuou de diferentes formas para possibilitar às comunidades a celebração da data. Seja em projetos socioeducativos, presença nos eventos ou no apoio logístico aos mesmos, os servidores se fizeram presentes e contribuíram para que o Dia do Índio seja, a cada ano, ainda mais especial e grandioso, assim como se torna para as comunidades Mebengokré.

Sem dúvida todos os desafios para que tais apoios sejam garantidos se tornam válidos quando a beleza desta etnia encanta a todos e mostra porque é uma das culturas mais fortes e ricas do Brasil.
 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

II Festa do Dia do Índio Mebengokré/Kayapó



De 18 a 21 de abril a aldeia Turedjam receberá pelo segundo ano os parentes de diversas aldeias para comemorar o Dia do Índio, a mais importante data do calendário Mebengokré.

A abertura será dia 18 às 19h e será marcada pelo grande show do cantor indígena Bepdjyre Kayapó, que virá especialmente da aldeia Baú para se apresentar na festa. Sem dúvida Bepdjyre é a atração mais esperada da festa!

A programação contempla diversas atividades esportivas, educativas e culturais, mas a essência da festa é a confraternização e a união dos parentes Mebengokré, que muitas vezes passam anos sem se encontrar e podem, nos momentos de festa, renovar os votos de fraternidade!

Todos estão convidados a prestigiar esse importante momento de celebração, fortalecimento e valorização da cultura Mebengokré/Kayapó!

FOLDER DA PROGRAMAÇÃO 
 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

I Fórum de Educação Escolar Indígena de Ourilândia do Norte

Caciques das aldeias participantes

A aldeia Turedjam sediou entre os dias 06 e 09 deste mês o I Fórum de Educação Escolar Indígena de Ourilândia do Norte. O evento reuniu lideranças e professores indígenas das sete aldeias do município - Aukre, Kokokuedja, Kranhkrô, Kubenkrankenh, Moidjam, Piokrotikô e Turedjam - além de representantes de várias outras instituições.
 O Fórum foi uma iniciativa da professora não indígena da escola da aldeia Turedjam, Jhenia, que elaborou o projeto e se lançou ao desafio de realizar o primeiro evento de educação indígena do município. 
A Secretaria Municipal de Educação apoiou a iniciativa, assim como outras instituições parceiras, comerciantes, representantes legislativos e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública da cidade.

Cerimonial de abertura do Fórum
 A cerimônia de abertura contou com a presença da Prefeitura Municipal de Ourilândia do Norte, representada pela vice-prefeita e secretários de diversas áreas, além da Defensoria Pública Municipal, Associação Floresta Protegida, de vereadores apoiadores do evento, educadores do Colégio Pitágoras e a Coordenação Regional Kayapó Sul do Pará.

 
Levantamento das demandas das escolas
Nos demais dias de evento, foram realizadas palestras sobre temas relativos à educação escolar indígena, além de discussões sobre Currículo, Projeto Político Pedagógico, calendário escolar diferenciado, bem como os representantes de cada comunidade documentaram a realidade de suas escolas indígenas, apresentando demandas importantes para a melhoria do ensino.

 O Fórum foi prestigiado por diferentes atores sociais, desde educadores, vereadores, a representantes de outros órgãos municipais e instituições diversas, bem como de universitários das cidades de Ourilândia e Tucumã.

Oficina de Língua Portuguesa

Sem dúvida o Fórum se tornou um marco para a história da educação escolar indígena do município, pois sua realização e, principalmente, a mobilização e repercussão que sua execução proporcionaram demonstra que o município e todos os seus apoiadores veem a educação escolar indígena como aspecto de grande importância, mas, especialmente, como um ponto sensível e que necessita de atenção e cuidados.




A CR Kayapó Sul do Pará participou do evento por meio de palestras sobre o papel da Instituição no que tange à educação escolar indígena, bem como sobre a relevância do currículo para a construção de uma educação intercultural e diferenciada, além do auxílio aos participantes indígenas quanto às atividades propostas pelo Fórum e algumas demandas logísticas. 

Professor indígena elaborando mapa da aldeia Kokokuedja
 
Grupo de dança do município de Ourilândia do Norte
O encerramento do Fórum também contou com momento de discussão de questões relevantes para os Mebengokré, além de apresentações  culturais e o convite do cacique M'ro-ô Kayapó, da aldeia Turedjam, para o Dia do Índio na aldeia, que ocorrerá de 18 a 21 de abril e marcará a comemoração da data e o aniversário da aldeia.

 Evidentemente que ainda há muito o que avançar, exatamente pela complexidade e desafios que a educação representa, principalmente no contexto indígena. Entrentanto, o Fórum deixará sementes que sem dúvida encontrarão um solo fértil para a cosntrução de uma educação escolar indígena de qualidade, diferenciada e intercultural, que contribua para o desenvolvimento social e a autonomia das comunidades Mebengokré/Kayapó, que tanto precisam avançar em seus processos educativos escolares para que o futuro de suas crianças traga melhorias e superação das dificuldades atuais.





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Notícias importantes para os Mekrangnotire

Lideranças Mekrangnotire na reunião em Altamira

23 e 24.01 – Por causa do OFICIO PRM/ATM/GAB 2/Nº 0035/2013 de 16 de janeiro de 2013 do Ministério Público Federal em Altamira – Pará, os Kayapó Mekrãgnoti foram chamados para uma reunião na cidade de Altamira com Procuradores do Ministério Público Federal e representantes da diretoria da Eletrobrás para tratar juntamente com os Kayapó sobre o Protocolo de Intenções envolvendo a FUNAI e Eletrobrás. A FUNAI Brasília também se fez presente, assim como o Coordenador da CR Kayapó Sul do Pará, o chefe da CTL de Novo Progresso e ainda outros servidores da Coordenação Regional. 

O motivo desta reunião incidiu sobre vários descontentamentos por parte dos Mekrãgnoti acerca desse protocolo, uma vez que houve demoras, falhas de articulação por parte da Eletrobrás, diminuição de recursos prometidos e repartição de recursos mal sucedidos segundo as lideranças. Diversas reuniões foram realizadas e o desencadeamento das ações sempre postergadas, isso foi o principal motivo que levou os Mekrãgnoti a constantemente denunciar a Eletrobrás para o Ministério Público Federal. Vale ressaltar que os Mekrãgnoti sempre desconfiaram dos estudos da UHE Belo Monte (a FUNAI nunca apresentou esses estudos) e exigiram em Altamira a contemplação no PBA (Programa Básico Ambiental) principalmente por estar fornecendo uma contribuição positiva para esse mega empreendimento na conservação de recursos hídricos. Ao mesmo tempo, porém, acreditam que vão ser fortemente afetados: as terras Baú e Mekrangnotire sofrerão grandes impactos, desde pressão do desmatamento, diminuição dos peixes, mudança no clima, tudo em nome do desenvolvimento advindo de Belo Monte por causa do fornecimento de energia para a região. 

Reunião com lideranças e representantes das instituições
Quanto à resolução acerca do Protocolo de Intenções, ficou decidido que a Eletrobrás vai aportar 09 milhões, sendo 03 milhões/ano para os projetos de longo prazo (03 anos) que serão repartidos entre Kayapó do leste e oeste, isto é, aquém do que foi prometido e acordado na grande reunião envolvendo os Kayapó do Pará e Eletrobrás em dezembro de 2011 em Brasília, quando o montante prometido pela empresa era de 04 milhões por ano totalizando 16 milhões. Mesmo a Eletrobrás alegando que os projetos emergenciais consumiram 02 milhões de seu caixa, essa conta em relação à promessa inicial não fecha. A empresa alega que está passando por dificuldades financeiras, mas os Mekrãgnoti insistem: vão lutar na justiça para serem contemplados no PBA, que na realidade será o verdadeiro projeto de longo prazo.

31.01 – Representantes da empresa Norte Energia S/A (NESA) estiveram visitando Novo Progresso para realizar a entrega de duas obras para os Kayapó Mekrãgnoti sendo: 01 Casa de Apoio e 01 mini-indústria de processamento de castanha-do-Brasil. Trata-se de importantes conquistas que refletirão em todas as comunidades, já que a caso da Casa de Apoio possibilita que famílias inteiras, bem como aposentados, pensionistas e outros parentes que se deslocam para Novo Progresso para resolver problemas possuem agora um lugar espaçoso, bonito e moderno para se alojar. 

Inauguração da Casa de Apoio

A Casa de Apoio devolve a dignidade para os Kayapó que sempre abarrotaram as casas de seus parentes tentando se hospedar, ou mesmo a Casa de Saúde Indígena que sempre esteve lotada de visitantes, bem como, traz maior tranquilidade para os funcionários indígenas (parentes) que sempre receberam quantidades de pessoas acima de suas possibilidades para alojarem em suas casas, criando uma série de dificuldades para ambos. Tais obras foram frutos de propostas encaminhadas e aprovadas pelo PDRSX – Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, do qual um representante Mekrãgnoti (Doto Takak-ire/Servidor da FUNAI) faz parte do CGDEX, que é o Comitê Gestor do programa. Essas obras estão sendo consideradas pelos Mekrãgnoti como uma primeira etapa, sendo que a segunda foi aprovada no final de 2012 pelo PDRSX, onde as obras serão concluídas com a construção dos muros, portões, calçadas, grades e anexos, tanto na Casa de Apoio quanto na Mini Indústria de castanha. 


Casa de Apoio

No geral, ambas refletem grandes possibilidades dos Mekrãgnoti conseguirem se estruturar por completo através do PDRSX, pois se refere a um programa governamental que gira em torno do processo Belo Monte e seu plano de vigência será de 20 anos. Assim sendo, os Mekrãgnoti estão tendo enormes oportunidades de anualmente investirem seus objetivos em ações permanentes com possibilidades de impactos sempre positivos para suas sobrevivências.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Em tempo: mudança de nome da CR


O Decreto nº 7.778, de 27 de Julho de 2012, trouxe a nova versão do Estatuto da FUNAI e com isso algumas mudanças administrativas na organização da Fundação e das Coordenações Regionais.
Uma das mais evidentes foi a mudança de nomenclatura de algumas Coordenações Regionais. Em nossa CR a mudança ocorreu: anteriormente chamada de Tucumã, em alusão à cidade que sedia a Coordenação, agora é identificada como Kayapó Sul do Pará, uma referência à etnia que atendemos e também à localização das comunidades, já que outra parte dos Kayapó (Metuktire) também vive no estado do Mato Grosso.
Desta forma, a identificação do blog da CR também foi alterada, de modo a unificar os termos e também atender às determinações do Decreto.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Feliz Ano Novo


2012 sem dúvida foi um ano de importantes realizações para a CR Kayapó Sul do Pará e também para o povo Kayapó.

Diversas ações foram executadas nas diferentes áreas de atuação da Coordenação (cultura, educação, etnodesenvolvimento, fiscalização e monitoramento e promoção social), bem como houve mudanças significativas na esfera institucional, a exemplo a reestruturação física da Coordenação, que agora ocupa um novo espaço. 

O novo ano já iniciou repleto de atividades e planejamentos, o que indica que muito mais vem por aí!

Que 2013 seja pleno de muitas realizações!

Que sejamos fortes como guerreiros, mas sem perder a esperança e a doçura de uma criança!