quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mebengokré/Kayapó participam das XX Mini Olimpíadas de Ourilândia do Norte


Time da aldeia Kokokuedja

O município de Ourilândia do Norte recebeu, no último final de semana, as disputas esportivas da XX Mini Olimpíadas de Ourilândia do Norte. Com a participação de diversos municípios da região, num total de 12 delegações, o evento foi marcado pela competição saudável e o espírito esportivo.
Modalidades como vôlei, futebol e natação foram as principais, mas também aconteceram competições paralelas no jogo de damas, por exemplo.

Diversas comunidades indígenas também foram presença garantida nas competições, tanto nas disputas masculinas quanto femininas.

A participação das aldeias do município nos eventos esportivos é uma constante, inclusive com resultados muito positivos. O destaque do evento foi para a aldeia Kokokuedja, que ficou em 5º lugar na pontuação geral, seguida por Aukre, com o 8º lugar.


Niras da aldeia Gorotire











segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Setembro: um ano dos novos servidores da FUNAI

   Alguns colegas: Romulo, Milena, João, Maria Alice, Wendel e Marinaldo
Inauguração da CTL de São Félix do Xingu, outubro de 2010

            A pouco mais de um ano, exatamente no dia 03 de setembro, nosso colega Wendel chegava à CR de Tucumã para tomar posse e entrar em exercício. Em seguida fomos chegando devagar, passo a passo, exatamente como se deve começar qualquer nova caminhada.
            E como em todo percurso, alguns mudaram de rota ou seguiram outros rumos, e gradativamente a sala de reunião foi se esvaziando, não antes de permitir uma troca de experiências e uma intimidade que poderia ser desfrutada apenas por nós, que nos sentíamos tão próximos uns dos outros simplesmente por estarmos partilhando da mesma experiência.
            Sim, somos guerreiros! Tivemos a coragem necessária para encarar o novo e a confiança de que valeria a pena.
            Sim, tem valido a pena! Acredito que alguém em algum momento já chorou por ter deixado algo para trás. Acredito que algum desafio nos fez repensar se realmente estávamos no lugar certo. Mas enxugamos as lágrimas, reafirmamos nosso propósito e hoje seguimos em frente!
            O aprendizado é imensurável, em todos os aspectos.
            As dúvidas provavelmente ainda são muitas e sempre serão, afinal são elas que nos movem a buscar eternamente as certezas.
            As histórias, as experiências, os momentos únicos já fazem parte da nossa memória.
            Não chegamos nem próximo do final, este é apenas o começo.
            Mas estamos de parabéns, senão pelos avanços alcançados, pelos benefícios já conquistados aos indígenas ou pelo trabalho realizado, mas simplesmente por estarmos aqui, termos aceitado trilhar este novo caminho e, não só isso, se dedicar, ter comprometimento com a caminhada.
            Há um ano nossas vidas foram traçadas a mudar. Destino, acaso, coincidência, fé.
            O certo é que acreditamos em algo e viemos. Tucumã, Redenção e São Félix do Xingu hoje são as nossas casas.
            Que este um ano tenha trazido a todos nós um balanço positivo, que nos leve a percorrer outros anos, que nos leve a lutar, conquistar, realizar cada vez mais.
            Que nos inspiremos na história de luta de tantas nações indígenas para traçar também as nossas lutas, pois só com luta a vitória é possível.
Parabéns para nós! E que venham muitos outros anos!


   Equipe juntamente com o cacique Ak'jabor Kayapó

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CR Tucumã: história, memória e futuro

          A história da FUNAI em Tucumã começa com a existência de um Posto Indígena, subordinado à então Administração Executiva Regional de Marabá – PA. Entretanto, em função das limitações administrativas do referido Posto, e aliado às constantes solicitações indígenas por um atendimento mais presente e próximo, tendo em vista a grande distância entre Marabá e as aldeias da T.I. Kayapó, o na época administrador regional Eimar Araújo, solicitou à Presidência desta Fundação, em meados de 2005, a criação do Núcleo de Apoio Operacional Local de Tucumã.
            A solicitação foi atendida oficialmente em 15 de fevereiro de 2006, com a Portaria nº 166/Presidência, que criou o referido Núcleo. Antes, porém, em 20 de dezembro de 2005, a portaria nº 1484/Presidência, já designava o servidor Odenildo Coelho da Silva, até então chefe do Posto Indígena Djudjeitykty, como responsável pelo futuro Núcleo. Assim, a FUNAI começava definitivamente a se estruturar em Tucumã.
            Um importante momento no contexto administrativo do então Núcleo de Apoio foi a criação de sua Unidade Gestora, o que possibilitou autonomia financeira e maior agilidade e eficiência na prestação de assistência às comunidades indígenas, visto que o quadro de funcionários foi ampliado e as atividades puderam ser efetivadas com mais qualidade.
            A estruturação física à época foi possível a partir da disponibilidade de um antigo prédio do INCRA, que foi reformado e ainda hoje é a sede do órgão.
            A partir do processo de reestruturação da FUNAI, o até então Núcleo de Apoio Operacional passou a ser Coordenação Regional, resultado de diversas solicitações da administração à Presidência da Fundação. A reestruturação ampliou significativamente as responsabilidades da gestão, visto que aumentou o número de comunidades indígenas a serem atendidas, criou/subordinou as Coordenações Técnicas Locais de Redenção (antiga Administração Executiva Regional), São Félix do Xingu - ambas em funcionamento, Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte - em processo de estruturação física, à atual Coordenação, além do aumento no número de assessores e também de servidores (a partir do concurso público realizado em 2010).
            Esta, sem dúvida, é uma história de sucesso, pois enquanto muitas administrações foram suprimidas ou subordinadas a outras, a atual Coordenação Regional de Tucumã, desde seu surgimento enquanto Posto e depois Núcleo, vem qualificando seu atendimento e se firmando como uma administração competente e eficiente.
            Muitos foram os que contribuíram para todo este progresso, mas seu protagonista sem dúvida é o Coordenador Odenildo Coelho da Silva, proativo e comprometido com a defesa dos interesses indígenas. Ele falou resumidamente ao blog sobre as mudanças institucionais e sobre as perspectivas para a Coordenação atualmente:

Ao fazer uma retrospectiva de todo esse processo de transformação institucional, qual o seu sentimento ao ver a Coordenação com a estrutura que possui hoje?
Não é um sentimento de dever cumprido, pois ainda há muito a ser feito. Mas, sem dúvida, é uma satisfação ver tudo funcionando, com organização e qualidade.

 Na sua avaliação, quais os principais avanços que foram proporcionados às comunidades Mebengokré/Kayapó desde a instalação do Posto, depois com o Núcleo, até a atual estrutura de Coordenação?
Foram muitos, sem dúvida, mas principalmente o acesso aos benefícios sociais, que antigamente era muito difícil, chegava a ser precário. Também houve melhora na qualidade de vida, no transporte e no atendimento aos indígenas de maneira geral. Na qualidade de vida principalmente, pois a Coordenação garante a proteção das terras indígenas através de ações de retirada de madeireiros e garimpeiros, por exemplo. Sem a presença dos invasores nas terras, os indígenas vivem melhor, se sentem mais seguros e isso é qualidade de vida.

Quais os principais desafios e as perspectivas da Coordenação hoje?
Nosso maior desafio hoje é reestruturar o quadro de pessoal, pois não temos servidores em quantidade suficiente para cumprir nosso papel institucional, como a proteção às terras indígenas. O espaço de atuação da Coordenação é muito grande, e faltam servidores para atuar em todas as ações. A construção de nossa sede própria também é um desafio, pois teremos condições melhores de atendimento. A pretensão é de conseguir a construção no próximo ano.