segunda-feira, 25 de junho de 2012

Funai e IBAMA desativam serrarias e garimpos na Ti Kayapó


A Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou, no último dia 14, a Operação Floresta Livre, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O objetivo é combater o funcionamento ilegal de serrarias e garimpos na Terra Indígena Kayapó, entre os municípios de Tucumã e Cumaru do Norte, no sudeste do Pará.  A operação é uma continuidade de ações deflagradas em 2010 e 2011, que identificaram o funcionamento de seis serrarias clandestinas mantidas com madeira oriunda da TI Kayapó e originaram as operações Ocara e Bateia.
Com o apoio da polícia militar do Pará, a Operação Floresta Livre identificou quatro serrarias ativas no município de Cumaru. Uma delas é legalizada e está em condições regulares de funcionamento, outra está em vias de legalização, mas foi embargada pelo IBAMA por estar atuando antes de obter licença e duas são clandestinas e foram desativadas. 
As serrarias tiveram seus maquinários apreendidos pelo IBAMA, ficando estes à disposição da justiça como peças para abertura de inquérito pela Polícia Federal. Também foram apreendidos cinco caminhões de madeira, totalizando cerca de 80m³. A carga será destinada à prefeitura de São Felix do Xingu/ PA para a construção e reforma de escolas no interior da Terra Indígena Kayapó.
A primeira investida contra a exploração de madeira na TI Kayapó ocorreu em novembro de 2010, durante a operação Ocara. A operação desmontou e embargou cinco serrarias em Cumaru do Norte e duas em Bannach. Em maio de 2011, no entanto, foi constatado que três delas haviam voltado a operar ilegalmente e uma nova serraria havia se instalado recentemente no entorno da área protegida. 
A estratégia é manter uma ação continuada nessas localidades a fim de desarticular o desmatamento ilegal, que acaba funcionando como porta de entrada de madeireiros e vem causando estragos ao patrimônio florestal dos Kayapó.
Garimpo na TI Kayapó
Outra investida da operação foi contra um garimpo, na mesma terra indígena. A Operação verificou grande quantidade de baixões nas imediações da cidade de Cumaru do Norte e desativou 19 motores de garimpo que causaram grande degradação ambiental. Em um ponto específico da TI Kayapó, foram detectadas, por meio de sobrevôo de helicóptero, cerca de 50 pares de máquinas de garimpo, 12 balsas de grande porte e 250 pessoas na atividade ilegal.
No garimpo Santilli, localizado no interior da TI Kayapó, existe, segundo os garimpeiros que saíram da área, um grupo armado composto por 12 pistoleiros, que estariam fazendo a segurança do garimpo e das balsas existentes na localidade. 
À ação dos garimpeiros estão associados a casos de malária, provenientes da região do garimpo, além de doenças como esclerose, demência e dificuldades de orientação na população idosa das aldeias da região, devido danos causados ao sistema nervoso por contaminação com mercúrio. Na população mais jovem já foram detectados casos de difteria em razão consumo de água contaminada pela atividade de garimpo.
Existem inquéritos na Polícia Federal do município de Redenção/PA apurando esses casos na TI Kayapó e entorno. Há, ainda, um processo investigativo em curso, que tem o objetivo de investigar os responsáveis pela cadeia econômica dessas atividades ilegais e que pretende juntar elementos para um processo criminal. A Operação Floresta Livre não tem data para encerrar.



Extraído do site http://www.funai.gov.br/

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Professores Mebengokré/Kayapó encerram mais uma etapa do curso de formação em magistério indígena


Apresentação de trabalhos.
Foto: acervo do curso de formação
No último dia 30 de maio os professores indígenas Mebengokré/Kayapó encerraram com louvor mais uma etapa de seu curso de formação em magistério indígena, que congrega também o ensino médio.
O município de São Félix do Xingu vem sediando as últimas etapas e recebeu durante duas semanas aproximadamente 36 professores indígenas de 17 aldeias. O curso, que iniciou ao final de 2008, tem perspectiva de conclusão em 2014. Apesar do atraso em seu andamento, o panorama ao término é promissor, com a continuidade no ensino superior através das licenciaturas interculturais.




No encerramento, estiveram presentes a coordenadora da SEDUC - PA  Jacilene,  responsável pelo módulo, a secretária de educação de São Félix do Xingu, Viviane Cunha, representantes do Conselho Estadual de Educação, da Prefeitura de São Félix do Xingu,  o Padre Raimundo Camacho, do Conselho Indígena Missionário e ainda a FUNAI, através do chefe de divisão paulo Roberto, do chefe da CTL de São Félix do Xingu,  Clésio, e da servidora responsável pelo setor de educação da CR, Maria Alice Xavier.                

                             
Secretária de Educação de São Félix do Xingu na cerimônia de encerramento


O Conselho Estadual de Educação esteve presente principalmente para vistoriar o andamento das atividades, uma vez que esta é uma prerrogativa fundamental para regulamentar o curso na modalidade de escola itinerante.

 Na fala de todos esteve presente o reconhecimento pelo esforço e determinação dos professores indígenas, bem como a importância do curso no avanço dentro da educação indígena, que só irá alcançar qualidade plena  à medida que as comunidades também tiverem autonomia para pensar e fazer sua educação, e os professores indígenas são peças fundamentais nesse processo.


Trabalhos produzidos pelos alunos
Foto: acervo do curso de formação


A próxima etapa do curso já está agendada para iniciar em 10 de julho, também no município de São Félix do Xingu.
Os professores indígenas comemoraram o encerramento com muita dança e no dia seguinte retornaram às suas aldeias para continuarem o aprendizado, desta vez nas salas de aula em que trabalham.


Danças em comemoração ao encerramento
Danças para comemorar o encerramento do módulo