A história da FUNAI em Tucumã começa com a existência de um Posto Indígena, subordinado à então Administração Executiva Regional de Marabá – PA. Entretanto, em função das limitações administrativas do referido Posto, e aliado às constantes solicitações indígenas por um atendimento mais presente e próximo, tendo em vista a grande distância entre Marabá e as aldeias da T.I. Kayapó, o na época administrador regional Eimar Araújo, solicitou à Presidência desta Fundação, em meados de 2005, a criação do Núcleo de Apoio Operacional Local de Tucumã.
A solicitação foi atendida oficialmente em 15 de fevereiro de 2006, com a Portaria nº 166/Presidência, que criou o referido Núcleo. Antes, porém, em 20 de dezembro de 2005, a portaria nº 1484/Presidência, já designava o servidor Odenildo Coelho da Silva, até então chefe do Posto Indígena Djudjeitykty, como responsável pelo futuro Núcleo. Assim, a FUNAI começava definitivamente a se estruturar em Tucumã.
Um importante momento no contexto administrativo do então Núcleo de Apoio foi a criação de sua Unidade Gestora, o que possibilitou autonomia financeira e maior agilidade e eficiência na prestação de assistência às comunidades indígenas, visto que o quadro de funcionários foi ampliado e as atividades puderam ser efetivadas com mais qualidade.
A estruturação física à época foi possível a partir da disponibilidade de um antigo prédio do INCRA, que foi reformado e ainda hoje é a sede do órgão.
A partir do processo de reestruturação da FUNAI, o até então Núcleo de Apoio Operacional passou a ser Coordenação Regional, resultado de diversas solicitações da administração à Presidência da Fundação. A reestruturação ampliou significativamente as responsabilidades da gestão, visto que aumentou o número de comunidades indígenas a serem atendidas, criou/subordinou as Coordenações Técnicas Locais de Redenção (antiga Administração Executiva Regional), São Félix do Xingu - ambas em funcionamento, Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte - em processo de estruturação física, à atual Coordenação, além do aumento no número de assessores e também de servidores (a partir do concurso público realizado em 2010).
Esta, sem dúvida, é uma história de sucesso, pois enquanto muitas administrações foram suprimidas ou subordinadas a outras, a atual Coordenação Regional de Tucumã, desde seu surgimento enquanto Posto e depois Núcleo, vem qualificando seu atendimento e se firmando como uma administração competente e eficiente.
Muitos foram os que contribuíram para todo este progresso, mas seu protagonista sem dúvida é o Coordenador Odenildo Coelho da Silva, proativo e comprometido com a defesa dos interesses indígenas. Ele falou resumidamente ao blog sobre as mudanças institucionais e sobre as perspectivas para a Coordenação atualmente:
Ao fazer uma retrospectiva de todo esse processo de transformação institucional, qual o seu sentimento ao ver a Coordenação com a estrutura que possui hoje?
Não é um sentimento de dever cumprido, pois ainda há muito a ser feito. Mas, sem dúvida, é uma satisfação ver tudo funcionando, com organização e qualidade.
Na sua avaliação, quais os principais avanços que foram proporcionados às comunidades Mebengokré/Kayapó desde a instalação do Posto, depois com o Núcleo, até a atual estrutura de Coordenação?
Foram muitos, sem dúvida, mas principalmente o acesso aos benefícios sociais, que antigamente era muito difícil, chegava a ser precário. Também houve melhora na qualidade de vida, no transporte e no atendimento aos indígenas de maneira geral. Na qualidade de vida principalmente, pois a Coordenação garante a proteção das terras indígenas através de ações de retirada de madeireiros e garimpeiros, por exemplo. Sem a presença dos invasores nas terras, os indígenas vivem melhor, se sentem mais seguros e isso é qualidade de vida.
Quais os principais desafios e as perspectivas da Coordenação hoje?
Nosso maior desafio hoje é reestruturar o quadro de pessoal, pois não temos servidores em quantidade suficiente para cumprir nosso papel institucional, como a proteção às terras indígenas. O espaço de atuação da Coordenação é muito grande, e faltam servidores para atuar em todas as ações. A construção de nossa sede própria também é um desafio, pois teremos condições melhores de atendimento. A pretensão é de conseguir a construção no próximo ano.